quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Os efeitos do tempo

Engraçado... hoje dando aula pra quinta série me bateu um flashback, olhei um aluno e me vi ali, inocente, recém chegado à loucura das disciplinas lecionadas por diversos professores especialistas, a inocência da infância dando lugar a malícia da adolescência e novas amizades, ah o grande prazer da minha adolescência: conhecer gente!
Até então eu prepotentemente sempre me julguei superior aos outros alunos, por ter mais facilidade de aprender, mais concentração, tirar melhores notas e ainda arrumar um tempo pra me divertir. A grande questão é que nessa época aprendi aa admirar as pessoas por outros fatores e descobri que qualquer pessoa é merecedora de atenção e sempre vai te surpreender com alguma coisa muito legal sobre ela pra vc poder admirá-la tb. Em pouco tempo comecei a me sentir um bosta e vergonhapor ter sido tão prepotente durante anos.
Depois que me aventurei a permitir que os outros me ensinassem o que têm de bom, comecei a conversar com todo o tipo de pessoa: Maloqueiros, nerds, homossexuais, esportistas, e todos os outros estereótipos da galera da escola e nunca fui tão feliz.
O engraçado é que desde aquela época, inicialmente em meados da sétima série, conheci alunos da quinta série e descobri uma vocação: Relacionar-me com crianças. Hoje essas pessoas que eram daquela quinta devem estar se formando na faculdade, praticamente com a mesma idade que eu, mas já começava a ser diferente andar com pessoas mais novas.
Desde então sempre me perguntei o pq dessa minha afinidade com crianças, qual a característica delas que me faz me sentir tão feliz ao lado delas?
Meu Deus como o passar do tempo pode ser amargo pro ser humano. COnversas de sala dos professores me dão desespero, o tempo todo julgando as atitudes dos alunos, dando juízo de valor, isso é certo, isso é errado, etc... isso me dói.
Esse post sobre o passar do tempo me veio à cabeça pq essa semana precisei de amigos de antigamente, mas estes não estiveram prontos a me ajudar como imaginei que pudessem estar.
Aí eu pergunto: todos vcs já tiveram aquele amor de adolescência? Sincero, sem juízo de valor, achando lindos os defeitos da pessoa que vc ama e tendo a certeza de que a amará por toda a vida...
As pessoas crescem, mudam, decepcionam. Aqueles amigos do tempo de escola continuam sendo boas pessoas, porém, muitas vezes vc nãocabe maisnodia a dia delas e passa a não significar mais nada pra elas. Eu mesmo já me peguei fingindo que não conheci algum conhecido no metrô por falta de assunto ou afinidade...
Agora a gente praticamente escolhe a pessoa por quem a gente quer se apaixonar, escolhe sempre alguém que caberia perfeitamente no seu sonho, levando em consideração desde características físicas até conta bancária... Tão fácil se apaixonar numa mina que chegeu numa S10...
Sinto falta de amigos dos meus tempos de escola, de monteiro, de helvétia.. mas sinto falta DAQUELES amigos, não do que eles se tornaram.
É aí que a cada dia que passa eu valorizo mais aqueles amigos que me procuram, ligam, mandam mensagem no orkut... tentam marcar rolês... Tem pessoas que me encontram na rua, me chamam pelo nome e mostram enorme respeito por mim desde o tempo de escola e eu nem sequer lembro o nome deles... me sinto um lixo. Agora, pergunta se eu não lembro do pessoal que me interessava por algum motivo? Fisico principalmente. Das pessoas que ainda são bonitas eu naõ esqueço nem o sobrenome, agora as que ficaram feias.
Todos os dias tenho um grande orgulho de ser eu mesmo e sinto uma grande vergonha ao mesmo tempo... Ser uma boa pessoa pra mim, muitas vezes é renegar meus próprios instintos. A princípio esse post poderia parecer uma crítica aos outros, mas é uma crítica a todos nós. Quando vamos parar de ser bonzinhos somente ao que nos convém?

Fica aí a pergunta.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Como a distância dói!

Engraçado... sou uma pessoa que se apega muito a lugares. Passeio pelos bairros e me apego a eles como se fossem pessoas.
Paisagens, monumentos... me orgulho de poder ver, tocar, sentir a energia de lugares diferentes. Aclimação, Freguesia do Ó, Jardim da Saúde, Bela Vista, Vila Buarque, Santa Cecília, Barra Funda, Tatuapé, Belém, Artur Alvim... e por aí vai. Lugares como os viadutos da treze de maio, o escadão da Artur Sabóia entre o paraíso e a Aclimação, o parque da alcimação, são lugares que simplesmente me hipnotizam e, com certeza, assim que eu tiver conhecimento de teoria suficiente para tal, vou compor letras que falem sobre isso.
Agora, se me sinto assim com relação a essas coisas, imaginem a sensação que tenho quando visito determinadas cidades do interior e do litoral nas minhas viagens do Karatê. Ginásios, paisagens... PESSOAS. Há uns tempos atrás, tive a oportunidade de viver uma aventura mágica, na qual eu me apaixonara por uma figura de Serra Negra e meu amigo por outra, foram viagens inesquecíveis, risadas intermináveis, amizades pra vida toda. Meu romancezinho terminou e meu amigo ainda está firme e forte - graças à Deus - em seus propósitos por lá. Imagino o quanto ele não deve gastar e quão grande não deve ser a saudade que o casal deve sentir.
A cidade da vez que não sai da minha mente é Avaré, amizades fantásticas, um lugar lindo e 180 paus de custo para passar um final de semana agradável por lá. E o medo de me envolver com alguém de lá?
Tenho ido lá com meu parceiro-de-treino-professor-irmão-técnico treinar pro campeonato Brasileiro de Karatê e a cada final de semana lá, me sinto mais feliz por conhecer pessoas tão fantásticas. Isso me lembra uma música do Falamansa que ouvia muito na época em que fui pra Curitiba e fiquei abobado com a receptividade do povo de lá:

"É tão bonito quando a gente sente que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá; É tão bonito quando a gente entende, que nunca está sozinho por mais que pense estar; é tão bonito quando a gente pisa firme nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos; é tão bonito quando a gente vai à vida nos caminhos onde bate bem mais forte o coração..."

Traduz e sintetiza poeticamente o que sinto nessas viagens.

Sofro diariamente ao ver o passar do tempo me distanciar de pessoas que vão trilhando caminhos que não cruzam mais com os meus e me amedronta a possibilidade de me apaixonar por alguém de longe.
João Pessoa me aguarda, o que será que está reservando pra mim? Que lugares? Que amizades?...

Pensem aí, quais são os lugares e pessoas que fazem seu coração bater mais forte? Comentem, fiquem a vontade, seria ótimo perceber que não sou só eu que piro nessas idéias.

Forte abraço e tudo de bom pra mim!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eis que surge novamente!

Bom, de coração, eu gostava muito de postar meus Devaneios no meu fotolog que era mais um blog do que qualquer coisa, mas vou tentar dar carinho pra esse novo rebento que acabara de nascer. Vou ver se é melhor escrever num formato de site que é criado exatamente pra atender às minhas expectativas.

Abração!